INFORMAÇÃO SUMÁRIA
Orago: S. Martinho
População: 667 habitantes
Actividades económicas: Agricultura e pecuária, pequeno comércio e pequena indústria e apicultura
Festas e romarias: Santo António (agosto), S. Martinho (11 de novembro), Nossa Senhora de Fátima (13 de maio) e Santa Bárbara (agosto)
Património cultural e edificado: Igreja paroquial, cruzeiro de S. Gregório, do Senhor dos Aflitos, da Senhora da Paz e Capela de Santo António
Outros locais de interesse turístico: Margens dos rios Trancoso e Minho e Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Gastronomia: Cozido à portuguesa
Colectividades: União Desportiva Fronteiriços.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Cristoval, colocada no extremo norte de Portugal, dista nove quilómetros da sede do concelho. Confronta com o rio Minho (com ligação à província espanhola de Pontevedra), a norte, o rio Trancoso (a província de Ourense na outra margem), a nascente, Fiães, a sul, e Paços, a poente. Compreende os seguintes lugares principais: S. Gregório, Cevide, Ramo, Doma, Porta, Sobreiro, Marga, Pousadas, Campo de Souto, Esquipa, Granja, Cruz, Passal, Pico, Soalheira, Casais, Poços e Pedregal.
O lugar de S. Gregório, o mais importante da freguesia, é a porta de fronteira, mais a norte do território nacional. Por assim dizer, “aqui começa Portugal”. Foi, durante muitos anos, posto fronteiriço de ligação a Espanha. A sua ponte internacional atravessa o pequeno mas encantador rio Trancoso, que, nascendo nos altos de Castro Laboreiro, garante a divisa com os vizinhos galegos desde Lamas de Mouro até Cristoval, aí entregando a missão de devisa ao rio Minho, que a leva à risca até ao fim, à foz, no oceano Atlântico, entre Caminha e La Guardia. Contudo é o lugar de Cevide, em termos geográficos, aquele que dermina o extremo máximo ao norte de Portugal, é aí que termina o rio Trancoso com poucos metros de largura e com a Espanha na outra margem.
No seu conjunto, o território de Cristoval estende-se em socalcos, pela encosta da serra, desde as belas zonas ribeirinhas do Trancoso e do Minho até aos sítios mais altos, verdadeiros miradouros donde se observam os horizontes de toda a região, em que sobressaem os amplos vales daqueles dois rios, e principalmente do Minho, que oferece a visão descansada das suas águas serpenteando por entre terras galegas e portuguesas.
RESENHA HISTÓRICA
A antiga freguesia de S. Martinho de Cristoval (topónimo de origem galega) era abadia de concurso ordinário no termo de Melgaço. Pertencia, no entanto, à comarca de Valença.
Aproveitou do foral dado a Melgaço pelo rei D. Manuel, em Lisboa, em 3 de Novembro de 1513. Em 1839 aparece inscrita na comarca de Monção, passando-se definitivamente, a partir de 1878, para o julgado e comarca de Melgaço.
O rio Trancoso (chamado, primeiro, Doma e, depois, Várzeas) serviu de fronteira a Portugal logo desde a Fundação, porquanto — de acordo com o Pe. Bernardo Pintor — “os documentos relativos a pro-priedades em Cristoval mencionam o rei de Portugal e os relativos a propriedades sitas na margem oposta mencionam o rei de Leão. Os documentos abrangem desde meados do século XII a meados do século XIII.”
Referida nas Inquirições de 1258, o documento mais antigo em que é mencionado o nome da freguesia (tratava-se de uma doação) remonta, no entanto, ao ano de 1142. Outro, de 1210, é considerado muito importante para a história de Cristoval, pois — esclarece o Pe. Pintor — “nos fala do Paço, que era onde morava o senhor da vila. João Raimundo e sua mãe doaram a Fiães uma herdade situada em Doma, chamada do Palácio, nome que geralmente deriva de Paço. Paço era a morada da autoridade, que poderia ser toda a terra de Cristoval ou apenas da “vila” de Doma.”
Na área de Cristoval houve renhidas escaramuças aquando da Guerra da Restauração, levantando os Portugueses um forte sobranceiro à passagem do Trancoso. O sítio permanece conhecido pelo nome de Forte ou Trincheira.
Em 1641, os Espanhóis entraram em Portugal e incendiaram as casas de Cristoval, não poupando sequer a igreja. Os nossos retaliaram, saltaram ao lado de lá e fizeram o mesmo.
Em livros antigos, vários autores referem especificamente o regato ou ribeiro que por aqui corre, o Trancoso, e as águas da fonte chamada do Padrão: eram-lhe então atribuídas virtudes de cura da lepra e de outras moléstias cutâneas.
No campo do património cultural da freguesia, merece destaque o Cruzeiro de S. Gregório, classificado como monumento nacional.
No Monte da Facha (topónimo que vem de Faro, Farol, Fogueira, de origem celta), onde está o importante Santuário de Nossa Senhora de Fátima, existem gravuras rupestres e ruínas de umas muralhas, de defesa castreja.
Em tempos remotos, no Monte da Facha, foi edificada uma capela dedicada a S. Gregório Papa.
A igreja paroquial desta freguesia, conserva ainda alguns vestígios da sua primitiva construção românica. A porta principal de arco redondo, é seguramente anterior ao século XVI. Terá sido de uma só nave com o seu altar e retábulo onde está o arco cruzeiro, cujo antão é coberto por uma cornija românica e rematada por uma cruz em pedra vazada. A sua torre é moderna.
Pinho Leal, diz sobre esta freguesia que “À água da fonte da pedra se atribui a virtude de curar a lepra e todas as moléstias cutâneas” e ainda que “é terra fértil e possui gado.”
Em tempos remotos, no Monte da Fa-cha, foi edificada uma capela dedicada a S. Gregório Papa.
A igreja paroquial desta freguesia, conserva ainda alguns vestígios da sua primitiva construção românica. A porta principal de arco redondo, é seguramente anterior ao século XVI. Terá sido de uma só nave com o seu altar e retábulo onde está o arco cruzeiro, cujo antão é coberto por uma cornija românica e rematada por uma cruz em pedra vazada. A sua torre é moderna.
Pinho Leal, diz sobre esta freguesia que “À água da fonte da pedra se atribui a virtude de curar a lepra e todas as moléstias cutâneas” e ainda que “é terra fértil e possui gado.”
Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias- Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.